The Dreamer...

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Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
“Quem é você?”, perguntou a Lagarta. Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então. "O que você quer dizer com isso?”, perguntou a Lagarta severamente. “Explique-se!” “Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora”, respondeu Alice, “porque eu não sou eu mesma, vê?” “Eu não vejo”, retomou a Lagarta. “Eu receio que não posso colocar isso mais claramente”, Alice replicou bem polidamente, “porque eu mesma não consigo entender, para começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes em um dia é muito confuso.” “Não é”, discordou a Lagarta. “Bem, talvez você não ache isso ainda”, Alice afirmou, “mas quando você transformar-se em uma crisálida — você irá algum dia, sabe — e então depois disso em uma borboleta, eu acredito que você irá sentir-se um pouco estranha, não irá?” “Nem um pouco”, disse a Lagarta. “Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes”, finalizou Alice, “tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.” (Lewis Carroll)

domingo, 26 de setembro de 2010

Ele vai chegar.


E quando você menos espera ele aparece. Ele não tem dia, hora ou estação. Não importa se você vai estar bonita, de cabelo arrumado e maquiagem ou com um simples shorts rasgados e chinelos de dedo. Não importa se está num dia ruim, se bateu o dedo na porta, esqueceu a chave ou queimou a língua com brigadeiro de panela. Algumas vezes você nem quer mesmo que ele apareça. E eis que o danado se mostra todo bonito e charmoso e vem trazendo na mão um buquê de novos sentidos pra sua vida. E quem é que consegue virar as costas pra ele quando isso acontece? E mesmo que conseguisse virar as costas, quem disse que ele iria te deixar sair assim à francesa? O Amor. Não tem pressa, mas também não tem paciência. Chega pequenino, mas logo ocupa muito espaço. Faz você sorrir pro ar, brincar com os problemas e acreditar no impossível. Mas no ápice da sua alegria, felicidade e boa forma; eis que sempre surge um falso amigo. O Medo. Cheio das respostas prontas, inseguranças e bons conselhos. Ele chega com um álbum de fotografias numa mão, e um diário roubado do amor na outra. Folheia cada página, lê cada palavra, mostra todas as fotos. E faz com que o amor se lembre de cada detalhe do próprio passado, ressaltando os tropeços, as dores, as angústias. Faz o amor chorar. O Medo aproveitando o momento de fraqueza do amor, resolve lhe perguntar: Você me domina?Ou você vai me deixar te dominar? O Amor, com sua simplicidade, doçura e força, ergue a cabeça e diz: Não nasci pra ser dominado! E retira-se, abandonando o medo, seguindo em frente o seu próprio caminho.

[Escrito por Sandra Costa]


P.S.: Texto escrito depois de um sonho sinistro que eu tive com o escritor Paulo Coelho. Ainda estou na dúvida se entendi direito o que o sonho queria me dizer.

Um comentário:

  1. Uauuuuu! O detalhe do sonho foi "sinistro" mesmo! Mas adorei o texto! É exatamente como eu penso. Deixar acontecer e não tentar dominá-lo, apenas vivê-lo. Apesar dos medos, inseguranças e todos os outros bichos-papões que acabam surgindo, junto com ele, o Amor. Parabéns, Sandrinha! Já estou seguindo seu blog =] Não deixe de dar sua opinião sobre meus textos também. Beijo grande!

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